O que é?
Catarata é a opacificação do cristalino, que é a lente natural existente no globo ocular, responsável pela focalização da visão para longe e para perto. Com a idade, geralmente dos 40 anos, pode ocorrer um processo de opacificação dessa lente (o cristalino) que leva a diminuição progressiva da visão. A rapidez dessa evolução varia de pessoa para pessoa e até mesmo de um olho para o outro.

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Catarata senil ou pré-senil
Nesses casos é comum o aparecimento da catarata em ambos os olhos, porém normalmente em estágios diferentes de evolução. O tratamento é eminentemente cirúrgico, porém a época de sua realização dependerá da acuidade visual, bem como da avaliação do oftalmologista.

Cataratas Congênitas
São as cataratas que aparecem ao nascimento e são causadas devido a problemas durante a gestação, como infecções intra-uterinas (rubéola, sarampo, sífilis) ou genéticas (transmitida de pais para filhos). Muitas vezes as cataratas congênitas não são descobertas logo ao nascimento, a não ser que seja realizado um exame ocular precoce. A cirurgia nestes casos deve ser realizada o quanto antes, a fim de permitir recuperação da função visual.

CAUSAS
As principais causas do surgimento da catarata são:

Idade: causa mais freqüente da doença;
Diabetes;
Uso indiscriminado e sem orientação médica, de colírios com corticosteróides;
Traumatismos oculares;
Radiação;
Infecções nos olhos;
Uveítes.

SINTOMAS
Principais sintomas da catarata:

Visão embaçada;
Necessidade de mais luz para enxergar com nitidez;
A leitura fica mais difícil.
Alteração na visão de cores e sensibilidade ao contraste

Grupo de risco
Pessoas com mais de 40 anos.

Cirurgia de Catarata
Atualmente a cirurgia é realizada em qualquer tipo de catarata, independente do seu grau de comprometimento da visão. É um procedimento que geralmente dura menos de 20 minutos, mas que apesar de rápido é também delicado. A cirurgia é o único tratamento para catarata. Não há medicamento, vitaminas, colírios ou exercícios que façam a catarata desaparecer.

Facoemulsificação
É a técnica cirúrgica mais utilizada, feita geralmente com incisões menores do que 2,75mm, que consiste na introdução de uma espécie de cânula no globo ocular, ligada a um equipamento ultra-sônico, que aspira e emulsifica (dilui) a catarata, permitindo uma recuperação mais rápida. É realizada sob anestesia local, e após a retirada do cristalino com catarata, ocorre o implante de uma lente intra-ocular.

Hoje não é mais necessário aguardar a catarata “amadurecer”. A decisão da cirurgia deverá ser tomada em conjunto com o seu oftalmologista, quando a visão estiver borrada o suficiente para dificultar as atividades da vida diária, isto é, ver televisão, trabalhar, dirigir com segurança, andar pela rua etc. é necessário que se faça a cirurgia.

Após o diagnóstico e a decisão pela cirurgia, será realizada o exame de Biometria Ultra-sônica, onde teremos os dados para o cálculo adequado do grau da lente intra-ocular a ser implantada após a retirada do cristalino.

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Processo de remoção da catarata
É necessária a aplicação de alguns colírios no dia anterior à cirurgia;
As incisões são geralmente auto-selantes e se fecham sem necessidade de pontos;
O processo de cirurgia da catarata nem sempre evita a necessidade do uso de óculos após a cirurgia.

LENTES INTRA-OCULARES
As lentes intra-oculares (LIO) são cristalinos artificiais, implantados no olho durante a cirurgia de catarata para substituir o cristalino opacificado. Elas surgiram em 1949, criadas pelo médico inglês Harold Ridley. A primeira lente intra-ocular era feita de plástico rígido e se destinava a imitar o cristalino humano natural. Hoje em dia, os materiais mais usados incluem o polimetilmetacrilato (PMMA), silicone e acrílico. Como o nome já diz, elas são colocadas internamente no olho para substituir o cristalino opacificado removido na cirurgia de catarata. São diferentes das lentes de contato, que são colocadas sobre a superfície da córnea para correção de miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.

A qualidade de visão com a lente intra-ocular é muito superior àquela com óculos ou lentes de contato. Além de corrigir as deficiências causadas pela catarata, alguns tipos de lente também melhoram a qualidade da visão funcional, ou seja, a capacidade de enxergar em ambientes com pouca luminosidade. A lente intra-ocular pode ser de peça única e rígida, peça única e dobrável ou ainda formada por três peças. As dobráveis são consideradas as melhores, porque podem ser introduzidas através de uma mínima incisão, a mesma realizada para a facoemulsificação.

Existem lentes monofocais, monofocais tóricas (para correção do astigmatismo) e as multifocais, (que também podem ou não serem tóricas), sendo que estas últimas permitem a correção da visão tanto para longe, quanto para perto, e são capazes de promover a independência definitiva dos óculos para a maioria dos pacientes. As lentes não-dobráveis são implantadas somente quando a cirurgia para remoção da catarata requerem incisões maiores do que as convencionais, ou quando a técnica cirúrgica utilizada não é de facoemulsificação. Podem requerer suturas para fechamento da incisão, cujo tamanho pode variar de 5 a 7 mm., sendo muito pouco utilizadas, pois necessitam de um tempo maior para a recuperação do paciente, além de estarem geralmente associadas à pior qualidade visual quando comparada às lentes dobrareis.

Mais utilizadas, as lentes dobráveis são implantadas após remoção do cristalino opaco, normalmente não necessitam de suturas, e o tamanho da incisão é de 2 a 2,75 mm. Uma incisão menor (facoemulsificação) proporciona: cicatrização mais rápida (recuperação visual mais acelerada), menos trauma ao olho, melhor visão, retorno mais rápido às atividades normais e maior controle do astigmatismo induzido pela cirurgia. Um grande avanço da tecnologia são as lentes de coloração amarela com propriedades filtrantes, que protegem contra os raios UV invisíveis e os raios azuis visíveis. O pigmento amarelo lembra a proteção natural fornecida pelo cristalino humano amadurecido e não altera as cores naturais dos objetos, nem a qualidade da visão e, ainda, ajuda a prevenir outros tipos de doenças oculares como a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI).

A escolha adequada da lente pode variar dependendo do perfil de cada paciente. É importante a conversa adequada com o oftalmologista antes da realização da cirurgia para a escolha da lente.

PÓS-OPERATÓRIO
A recuperação costuma ser rápida, permitindo o retorno breve às atividades normais. Não há necessidade de repouso absoluto ou internação hospitalar.

Alguns cuidados devem ser tomados:
Não esfregar;
Não coçar;
Não dormir sobre o olho operado nos primeiros dias pós-operatório;
Não realizar esforço físico.